Tercer Día DC  Arte en Brasil

DC  Arte en Brasil

Es el tercer día en Brasil, el trabajo ha sido intenso, llegar, convivir con 12 grupos, funciones, charlas y encuentros en medio de la montaña. Con nuevos amigos conformamos la Red Latinoamericana de Teatro de Calle.


El catálogo del Movimiento de Teatro de Calle de Bogotá se entregó a la Red de Teatro de Rua de Brasil, en un acto simbólico que representa la apertura y la unión de los países teatrales.


Queremos compartir el texto  que escribió Toni Edison, quien hace parte del grupo de crítica del encuentro.


Los Bandoleros están felices de tanta variedad.


Hoy es nuestra segunda función, ayer por primera vez en Portugués, el miedo ha pasado esperamos que todo salga bien.

Nos preparamos para partir a Sao Pablo.


Un abrazo 

DC Arte en Brasil

ESPETÁCULO BANDOLEROS – DC ARTE COLÔMBIA


Harmonia é uma palavra que define bem as empreitada desse grupo colombiano. Um elenco numeroso, mas muito bem afinado, e não apenas na execução das canções como também nas movimentações e ações em cena. Todos dentro de um círculo, perfeito, feito com giz. Corpos bem construídos, desenhos de personagens e relações muito bem estabelecidas num texto difícil com muitas referências temporais e espaciais. O grupo prima pelo simples bem feito, baús que possuem várias funções no enredo, desde elevação de planos a retirada de objetos e pedaços de corpos, passando por bases para momentos de celebração, festa e fé. Eles se distribuem pelo espaço de maneira equilibrada, as passagens e utilização de planos são precisas e ricas dentro do contexto da história. O enredo aborda temas da histórias colombiana que ainda possuem repercussão nos dias atuais. A disputa real entre liberais e conservadores e os desmandos de ambas os partidos são demonstrados em meio a poesia da vida cotidiana, a paixões, amores e decepções normalmente gerados pela política. 


Os momentos de tensão constante revelam nuances de uma perseguição silenciosa e escancarada, onde o silêncio causa medo e o confronto leva à morte. Desafiar qualquer dos lados, que mesmo depois de mortos ainda conservam suas animosidades sarcásticas, é o mesmo que adiantar seu fim. As cenas de violência são recortadas pelas alegorias mascaradas que parecem remeter à festividade, sempre alegres, mesmo clamando por bênçãos e milagres, mas realmente um alívio cômico frente a carnificina e discursos extremistas. Numa cena os Bandoleros zombam da imprensa que afirma que eles, sendo menos de 10, seriam mais que 80. Mas o elenco se multiplica e ainda que sejam muitos parecem ser muitos mais. As passagens de uma personagem para outra são sutis, com corpos que passam da neutralidade à presença voraz num piscar de olhos. Outro fato que encanta é a execução das canções, um primor!!!! Instrumentos e vozes compondo um cenário sonoro encantador.


Mas há um fator que chama ainda mais a atenção em relação à dedicação do grupo. Nem todo o cenário e objetos de cena puderam ser trazidos ao Brasil. Dois atores vieram antes para reconstruir, ou simular o que tinham lá. Não sei exatamente qual é o cenário original, mas percebo que o que fizeram aqui não perturba a harmonia do grupo. O grupo, também com muita generosidade, decidiu apresentar um espetáculo que fazem há anos em português e fizeram um grande esforço para pronunciar em nossa língua aquilo que os motiva provocar e discutir. Boa parte do texto é compreendido, mas alguns trechos realmente são difíceis. Ainda há muito sotaque, em geral, e em alguns momentos o espanhol ultrapassa o português falado. Mas ainda assim, é possível compreender o espetáculo por conta das relações que estabelecem, dos jogos que concretizam e das canções e máscaras que compõem. É um grupo pronto para o jogo, nitidamente um grupo de Teatro de Rua, em que, apesar de haver muito poucas interações diretas com o público (o que não é um problema), percebe-se que eles se doam para a plateia, com sinceridade, e mesmo com os muitos ruídos de som alto e vozes, eles conseguem, sem amplificar a voz, nos levar a refletir sobre uma cicatriz ainda aberta na história colombiana, através de um épico que vemos ressoar no Brasil, embora se faça tanta festa aqui também. Bandoleros é um encontro entre irmandades latinas, pois o que contam foi a realidade de muitos países, em que se dosa o pesar, o sorrir e o cantar encantando, sem jamais se render ao silêncio.



Toni Edson, 04 de junho de 2015

tonidiscipulo@gmail.com

(05582) 9970-2624

MOSTRA INTERNACIONAL DE TEATRO DE RUA DE TERESÓPOLIS

CASA ALDEIA CASA VIVA

RIODE JANEIRO



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